

Há muito ouvimos histórias de celebridades, como Shakira e Thalia, que recorreram à retirada do último par de costelas para afinar a cintura, e devo confessar que até então tinha um pouco de reserva em relação a este procedimento, principalmente pelo relato de um número maior de complicações, como pneumotórax, hemotórax, cicatrizes maiores, etc.
Entretanto, nos últimos anos, surgiu um movimento iniciado por um cirurgião plástico russo (Kasbek Kudzaev) e aperfeiçoado por outros autores no sentindo de REMODELAR as costelas. Isso significa que, ao invés de retirá-las, realizamos fraturas PARCIAIS de modo permitir a alteração do ângulo das mesmas, viabilizando assim a melhora da definição da cintura. Portanto, o primeiro ponto fundamental é que REMODELAÇÃO COSTAL é diferente de RETIRADA DE COSTELAS. E essa é uma questão que gera dúvida nas pacientes. Inclusive, em uma de minhas postagens, uma seguidora me faz a seguinte pergunta: “Se a remodelação costal é realizada através de furos de agulhas, como se retira o segmento da costa?”. Bem, respondendo à minha estimada seguidora e a outras que possam eventualmente ter a mesma dúvida: “Não retiramos as costelas!!!”.
Inicialmente, a fratura das costelas era realizada através de uma incisão de aproxidamente 4 milímetros de cada lado (ou seja, do tamanho de uma incisão de lipoaspiração). Posteriormente, com a evolução das tecnologias e da publicação de novos artigos, passou-se a realizar apenas diminutos furos de agulha, de modo a não gerar quaisquer cicatrizes. Essa técnica é denominada RIBXCAR, amplamente divulgada pelo cirurgião plástico Raul Manzaneda (México).
Esta é técnica que utilizamos na remodelação costal: após mapeamento das costelas com o uso de um ultrassom, realizamos uma fratura nos três últimos pares de arcos costais através de furos de agulha. Como já postulado, as fraturas, realizadas com o Ultrassom Piezoelétrico, que minimiza ainda mais o trauma cirúrgico, são parciais (em galho verde), não havendo, portanto, separação completa entre os segmentos das costelas (apenas alteração na angulação entre os mesmos). O procedimento dura em média 20 minutos e não resulta em cicatrizes aparentes.
Como a fratura é parcial, não comprometemos a integridade dos tecidos adjacentes, de modo que a incidência de complicações é significativamente menor em comparação à retirada de costelas. Além disso, a maior parte das pacientes não queixa dor no período pós-operatório.
Mas o que muda em relação ao pós operatório? A necessidade do uso de um corset por cima da malha por um período mínimo de três meses! E quem vai determinar o quão fina a cintura ficará é a própria paciente: quanto mais apertar o corset, mais fina ficará a cintura.
Então fica novamente a pergunta: a remodelação costal é segura? A resposta é um grande “SIM”, é um procedimento seguro, rápido e com baixa incidência de complicações. Por melhorar a definição da cintura em uma camada antes intocada (gradio costal), eleva a cirurgia de contorno corporal a novos patamares, sendo um procedimento que veio para ficar!
A diástase dos músculos retos abdominais é uma condição caracterizada por um afastamento dos ventres dos músculos retos abdominais na linha média, sendo extremamente comum em pacientes que passaram por uma ou mais gestações ou que sofrem grandes variações no seu peso.
Diversas são as possíveis consequências de uma diástase, englobando problemas estéticos e funcionais. Os problemas estéticos incluem abaulamento da parede abdominal, alargamento da cicatriz umbilical, perda da definição da cintura e estrias transversais, principalmente na região imediatamente acima do umbigo. Já alguns problemas funcionais relatados pelas paciente são dores na região lombar da coluna, incontinência urinária, dispareunia (dor durante a relação sexual), dificuldade durantes exercícios do abdome, entre outros. Evidentemente que a apresentação clínica de um quadro de diástase é extremamente variável, sendo que a sua correção, não implica necessariamente a resolução dos problemas listados.
Muitas pacientes que comparecem ao meu consultório possuem a crença de que a diástase pode ser corrigida apenas através de uma abdominoplastia, resultado em grandes cicatrizes na região inferior do abdome. Na verdade, hoje, com a evolução das cirurgias de contorno corporal e com advento de tecnologias de retração de pele (como Renuvion e Morpheus), a diástase pode, sim, ser tratada através da abdominoplastia naquelas pacientes que possem grande excedente de pele, mas em pacientes que possuem pouco ou nenhum excesso de pele existe a possibilidade de abordagem através da mini-abdominoplastia (em que apenas a cicatriz de uma cesárea é aberta) ou através da MILA (abdominoplastia minimamente invasiva), indicada para aquelas pacientes que não possuem muita flacidez e que não possuem uma cicatriz de cesárea prévia.
Mas fica ainda uma pergunta: vale a pena tratar a diástase em todas as pacientes? Depende muito de alguns fatores. Primeiramente, deve-se considerar o tamanho da diástase, sendo que, no caso de grandes diástases (superiores a 3cm), está indicado o tratamento. Por outro lado, naquelas pacientes em que a diástase é pequena, deve-se discutir cada caso individualmente, considerando-se os possíveis benefícios na melhora da definição da cintura e do abdome.
Por fim, o que é importante entender sobre este tema é que a diástase é muito comum, de fácil tratamento, e de forma alguma precisa estar vinculada à realização de uma abdominoplastia. Desse modo, você pode conquistar o corpo dos seus sonhos com uma cicatriz pequena (do tamanho da cesárea) ou mesmo sem cicatrizes!